sexta-feira, 24 de maio de 2013

Pirenópolis - Cavalhadas

É fascinante, divertido e singular! São as palavras para definir a festa popular da cidade de Pirenópolis.

Assim que chegamos à cidade fomos surpreendidos por inúmeros Mascarados que usam roupas extravagantes deixando agitação e euforia pela cidade. São personagens que escondem o rosto detrás duma máscara de papelão de animal (boi ou onça) ou de gente, ou então um pano com feições de caveira. Uns montam cavalos fogosos e enfeitados com rosas multicoloridas. Outros seguem a pé, fazem estripulias, dão cambalhotas, galanteiam as moças, cercam os homens na esperança duns trocadinhos. E o mais hilário: falam fino para não serem reconhecidos.





Na seqüência procuramos colher mais informações acerca da tradição local. Aproveitamos e fomos visitar o Museu das Cavalhadas, onde uma simpaticíssima senhora, que dá continuidade ao museu fundado por sua mãe, que era uma poetisa local, nos introduziu à história da festa.

Trata-se uma encenação medieval trazida pelos portugueses nos idos de 1819 que narra a representação das lutas entre cristãos e mouros que aconteceram durante a ocupação moura na Península Ibérica. “No século VI, Carlos Magno, um guerreiro cristão, travou uma batalha épica contra os sarracenos, de religião islâmica, pela defesa de um território. "A Batalha de Carlos Magno e os 12 pares da França", como ficou conhecido o conflito, acabou tornando-se um símbolo da resistência e avanços da religião cristã na luta por terras e novos fiéis. No século XVIII, motivada por novos conflitos religiosos, a rainha Isabel, de Portugal, instituiu uma representação teatral a ser encenada por cavaleiros.” (fonte: http://www.omelhordepirenopolis.com/2009/05/historia-das-avalhadas-em-pirenopolis.html)

As Cavalhadas perduram por 3 dias. O estádio local vira um imenso teatro ao ar livre para a encenação. Ali acontece a luta entre os Mouros, trajados de vermelho e representados por 12 cavaleiros que adentram o campo pelo lado nascente, e os Cristãos, também representados por 12 cavaleiros trajados de azul que se apresentam pelo lado poente. 




Somente assistimos ao 1º dia da encenação, por ser no domingo, na qual o exército mouro conduzido pelo Sultão Mouro tenta subjugar o exército cristão, liderado por Carlos Magno, e há uma batalha entre eles (simbólica, pois se trata da tentativa da religião muçulmana subjugar a cristã).  Nos dois dias sequentes há a dominação do exército mouro pelos cristãos, a rendição seguida pelo batismo dos mouros convertidos à fé cristã.









A encenação envolve, pelo visto, grande parte da população local e é toda rica em detalhes, pompas e simbologias, além de contagiar toda a cidade e deixar os turistas surpreendidos. No intervalo da encenação os Mascarados adentram o estádio e ficam por ali se exibindo pois há escolha da indumentária mais bela. 














Vale a pena se programar e conferir essa festa anual que ocorre em pouquíssimos locais no Brasil.

Fontes de consulta:



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